terça-feira, 29 de outubro de 2013

Poeira

Em meu silêncio profundo, posso ouvir-me melhor.


Tanto barulho...

Tanta gritaria...

Pra quê?

Egos gritando de um lado para outro, ansiando ser ouvidos.
Uma vontade de poder estarrecedora inflamando o desejo pueril de se mostrar, de se exibir.

"Sou isso, sou aquilo, sou aquilo outro. Tenho tantas coisas, fiz outras tantas, farei ainda mais."

O que importa?

Poeira. É tudo poeira.

Grãos de areia sendo carregados pela tempestade do deserto.
Partículas minúsculas friccionando-se repetidamente afim de causar uma explosão.

Explosão de barulho...

Há realmente muito barulho.

Barulho humanista. Barulho das escolas de psicanálise. Barulho intelectual. Barulho material. Barulho religioso. Barulho social.

Ego, ego, ego...
Eu, eu, eu...
Meu, meu, meu...

Sempre o eu em primeiro.
Sempre a velha competição entre os homens, onde o mais forte derrota o mais fraco.
O ego mais cheio triunfa jubilosamente sobre o ego inferior.

Será?


Será mesmo que a força triunfa sobre a fraqueza?

Será mesmo que existe força e fraqueza?

Será que existimos?

Será que somos?


Ou apenas queremos ser?

Apenas queremos fazer barulho?



Poeira. Tudo não passa de poeira.

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