terça-feira, 15 de julho de 2014

Primeiro Amor

Dizem que o primeiro amor não se esquece. Concordo. Mas diria que não é bem o primeiro.
Diria que são os primeiros.
Se cada vez que se entra em um rio não se pode entrar no mesmo duas vezes, também não se pode entrar duas vezes no amor. Cada dia a pessoa que ama é uma. Cada dia a pessoa que é amada é uma.
Não há como amar a mesma pessoa sempre.
O amor é algo que marca. Embora ninguém saiba dizer o que é, todos que já amaram sabe que ele muda a gente. Ela arranca um pedaço ou dois e troca por outros pedaços. E justamente essa troca de pedaços que torna-o exclusivo, inesquecível.
Ele muda. Constantemente. Muda porque mudamos.
Houve um momento na vida de cada um em que um primeiro dos primeiros amores ocorreu. Esse é o mais profundo. Não me refiro a uma paixãozinha momentânea. Me refiro a algo de tirar o fôlego. A um sentimento que faz o coração bater mais rápido, como se cavalos galopassem dentro do peito, só de pensar ou ouvir o nome da pessoa. O estômago revira-se e uma leve brisa percorre o interior, ali, na alma. 
O primeiro. O primeiro de todos.
É algo como uma droga. Talvez seja isso que nos faça desejar amar. Buscar sentir a mesma sensação da primeira dose de amor. É por isso que buscamos vez após outra. Até ter uma overdose.
Embora o primeiro dos primeiros seja marcante, ele pode ser superado.
O primeiro amor...
Há sempre a possibilidade de um novo primeiro amor. Sempre a possibilidade de uma nova primeira sensação. Sempre a possibilidade de uma nova overdose.

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