domingo, 3 de novembro de 2013

Apaixonar-se


Descobri recentemente que sou visto como alguém que se apaixona demais.

Relutei por um instante, mas cheguei a conclusão que é verdade.

Sou um apaixonado pela vida. 

Sou apaixonado pela angústia.
Sou apaixonado pelo canto dos pássaros, pelo brilho do sol, da lua e das estrelas.
Sou apaixonado pelos animais, pelos sorrisos invasivos que cortam a face.
Sou apaixonado pela lágrima tímida que rola pela face, pelo choro copioso que vem da alma.

Com certeza. Sou apaixonado.

Sofro minhas paixões.
Sofro, porque sofrer é mudar e cada paixão nos muda.
Cada paixão nos marca.

Vez ou outra me apaixono por pessoas.
Pessoas marcantes e críticas, pessoas diferentes e tímidas.

Me apaixono pelas minhas amizades.
Tenho tesão pela companhia deles.

Há também paixões mais incômodas e invasivas...
Paixões românticas.
Vez ou outra elas surgem também.
Surgem e vão embora.
Como tudo na vida.

O que resta então do viver?
Resta apaixonar-se.

Resta arriscar-se.
Resta viver.
Encantar-se e desencantar-se.
Ciclo sem fim.
Até que o fim chegue.

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