Descobri recentemente que sou visto como alguém que se apaixona demais.
Relutei por um instante, mas cheguei a conclusão que é verdade.
Sou um apaixonado pela vida.
Sou apaixonado pela angústia.
Sou apaixonado pelo canto dos pássaros, pelo brilho do sol, da lua e das estrelas.
Sou apaixonado pelos animais, pelos sorrisos invasivos que cortam a face.
Sou apaixonado pela lágrima tímida que rola pela face, pelo choro copioso que vem da alma.
Com certeza. Sou apaixonado.
Sofro minhas paixões.
Sofro, porque sofrer é mudar e cada paixão nos muda.
Cada paixão nos marca.
Vez ou outra me apaixono por pessoas.
Pessoas marcantes e críticas, pessoas diferentes e tímidas.
Me apaixono pelas minhas amizades.
Tenho tesão pela companhia deles.
Há também paixões mais incômodas e invasivas...
Paixões românticas.
Vez ou outra elas surgem também.
Surgem e vão embora.
Como tudo na vida.
O que resta então do viver?
Resta apaixonar-se.
Resta arriscar-se.
Resta viver.
Encantar-se e desencantar-se.
Ciclo sem fim.
Até que o fim chegue.
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