quarta-feira, 23 de abril de 2014

Embriagado

Movo-me diferente de antes. Ultimamente as coisas estão indo melhor, graças a Deus.
Mas ainda assim, é estranho sentir-se embriagado.
O efeito do álcool turva meus sentidos, minha mente, meu mundo.
Tocar é diferente. Olhar é diferente. Ouvir é diferente. Orar é diferente. Cheirar é diferente. Falar é diferente.

Meus sentidos não são os mesmos. Acho que não sou mais o mesmo.
Eu havia prometido a mim mesmo que não iria mais beber. Prometi que me manteria sóbrio, que iria parar de me embriagar.
Da última vez que caí na rua bêbado e vomitando foi difícil levantar.
Dei uma pausa. E mesmo após ter voltado a frequentar o bar, não havia problema.

Mudei de bar. Não queria mais beber.
Mas é estranha a bebida.
Depois que a gente vicia, é apenas questão de tempo.
Pode-se ficar um tempo sem, mas acaba-se voltando.

É curioso. Passo o dia querendo mais uma dose.
Passo o dia querendo mais um pouco.

Beber.
Coisa tola.
Coisa que turva os sentidos.
Coisa que enebria a mente e me impede de pensar, de ouvir os outros, o Outro, e a mim mais claramente.

Queria parar de beber.
Mas nesse momento já é tarde.
Ainda quando escrevo estou embrigado.

Estas palavras estão cheias de álcool.
Cuidado para não se embriagar também.
É difícil se manter sóbrio de novo.

Não sei quanto tempo vai durar essa embriaguez.
Pode demorar ou pode passar rápido.
Queria que não passasse.
Mas quem sabe?

QUE NÃO SEJA ETERNO, POIS RÁPIDO EVAPORA O ÁLCOOL,
MAS QUE SEJA ALCOÓLICO ENQUANTO DURE.

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