segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ouro de Tolo

Punhos cerrados. 
Coração apertado. 
Nó na garganta. 
Ultimamente ele é puro estranhamento.

Um sentimento estranho ele carrega no peito.
Um pequeno ídolo. 
Como ele anseia por destruí-lo.
Ele é um misto de esperança e desesperança. 
Um misto de orgulho e humildade. 
Mais orgulho que humildade.

Sente em sua boca um gosto amargo. 
Uma profunda vontade de cuspir.
Mas quando ele cospe sai poesia.

Vontade de seguir. 
Vontade de desistir. 
Ele é movimento dialético.
Não sabe se vai ou se fica. 
Não sabe se fica ou se vai.

Não consegue mais dormir. 
Fica acordado até tarde pensando.
Pensando que não deveria pensar.
Pensando que quer mudar de pensamento.
Mudar de música.
Mudar de filme.
Mudar de si.

Ele é um tolo.
Um tolo lutando contra o tempo.
O que fazer?

Parece que encontrou um tesouro.
Mas talvez seja só ouro de tolo.
Talvez não seja ouro.
Talvez ele só seja tolo.

É verdade.
Ele sempre foi pobre.
Ele sempre quis ouro.
Mas não saberia como gastar.

Uma vez pobre, sempre pobre.
Uma vez só, sempre só.

Ele é amargo.
Intragável como vinagre.
Então cuspam-lhe de uma vez.
E deixem-no no chão a se evaporar.

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