sexta-feira, 9 de maio de 2014

Porque não digo: "eu te amo" com frequência

"Eu te amo". Três palavras. Apenas três palavras. No entanto, quando essas palavras são ditas podem mudar vidas. E quando não são ditas também. Quantos relacionamentos não acabaram porque um "eu te amo" não foi dito? Ou quantos relacionamentos acabaram porque um "eu te amo" foi dito?
É estranho... Três palavras. Muito fácil dizer... 

Amor, em nossa sociedade designa uma série de coisas. Os bordões dizem: "Eu amo coca-cola". "Eu amo o dia das mães". "Eu amo isso, e aquilo, e aquilo outro...".
Mas o que é o amor?
Alguns dizem que "amor é decisão". Alguns dizem que ele é um sentimento. Aqueles que não sabem definir, dizem que ele é tudo. Outros dizem que "Deus é amor". Isso não ajuda muito. Deus é indefinível.
Aí a questão apenas se complexifica. É possível conceituar e definir o amor? Quem sabe dizer o que é o amor?Quem sabe o que é amar?
Quando alguém diz que ama uma coca está querendo expressar o mesmo sentimento que sente por um outro alguém?
É possível escolher amar? Seria possível escolher amar como se escolhe uma camisa para passar o dia? É possível escolher amar como se escolhe um pacote de biscoitos no mercado da esquina? Amor é um sentimento?
Que coisa tão estranha e tão complexa é esse tal de amor? 

Penso ser muito estranho ficar repetindo "eu te amo" sem saber o que o amor significa.
Alguns dizem: "Para mim, o amor é isso...". E então dizem que amam. Ma será que assim o problema se resolve? Será que o amor é simplesmente uma sensação corpórea ou uma ideia da psiquê que cada indivíduo nomeia e sente de um jeito?

Quem és tu amor?

Estou longe de saber. No entanto, em minha existência estranha, vez ou outra sou tocado por alguém. Vez ou outra um humano, não um humano "qualquer", mas um humano que faço meu, consegue me tocar. Me toca a tal ponto que me faz ter um vislumbre do amor. Às vezes sem fazer nada. Às vezes simplesmente por existir. Nesses momentos, ouso dizer eu te amo. Talvez o amor seja isso, essa coisa que a gente não sabe o que é e vive à procura de descobrir, mas que de certa forma já sabe. Talvez ele seja semelhante àquela manhã em que corremos pra frente do espelho e descobrimos que a gente é a gente. É algo que a gente traz entranhado na pele, pulsando nas veias, entrando e saindo dos pulmões.

Deve mesmo existir. Esse tal de amor. E deve ter feito algo de muito grave, para que tanta gente procure por ele. E não deve ser tão fácil de ser encontrado, caso contrário, não seriam tantos que dizem que o encontraram mas que não demonstram isso no seu existir.

Eu te amo, diz simplesmente que eu encontrei o amor. E se eu encontrei o amor posso continuar sendo o mesmo? Uma vela exposta ao vento pode não navegar? O fogo em palha seca, pode não se alastrar?

Eu te amo diz que encontrei o amor. Eu te amo.
É... Estamos longe de saber o que é.


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