terça-feira, 23 de setembro de 2014

Fogo

"As chamas vão consumindo tudo que há na frente". Foi a frase que ele ouviu no jornal. O fogo. O elemento incontrolável e destruidor. Fonte de calor e de proteção, mas ao mesmo tempo de morte e destruição. Tudo consome.
Na reportagem ele viu as labaredas serpenteado num balanço gracioso e terrível. "(...) consumindo tudo que há na frente." A frase continuava ecoando. Dentro dele. E começou a consumi-lo também.
O elemento mortífero e vital saiu da televisão e começou a lhe queimar. Queimou suas vestes. Queimou sou pele. Seus músculos. Sistemas. Órgãos. Ossos. Queimou tudo. E continuou queimando.

Seus sentimentos entraram em combustão. Sua alma se tornou cinzas. Suas lágrimas evaporaram.
Eis o poder do fogo. Consumir tudo, queimar o que houver para ser queimado e continuar sendo fogo. Até não ser mais.

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